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TRADUÇÃO PROFISSIONAL VERSUS TRADUÇÃO AUTOMÁTICA

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Ampliando a percepção do valor da tradução profissional

Será que algum dia a tradução automática conseguirá transmitir o refinamento da linguagem desenvolvida pelo ser humano, permeada de nuances filosóficas e culturais??

Vamos direto à Transcriação,  que é o tipo de tradução que ressalta de forma definitiva e inquestionável a nobreza da linguagem e consequentemente da tradução profissional. Considerando que toda boa tradução requer um pouco de liberdade criativa para melhor interpretar a ideia contida no  texto original, concluímos ser esta a característica que melhor distingue a tradução humana das traduções automáticas. Dá pra imaginar a tradução automática utilizando-se de licença poética??

Uma questão de envolvimento

Tanto a tradução técnica, como a tradução literária e a transcriação são permeadas de “subjetividades”, que exigem profundo envolvimento do tradutor. “O profissional deve ser capaz de ‘sentir’ intimamente o significado do texto, em ambos os idiomas trabalhados, para poder oferecer alternativas de tradução adequadas e claras, sem deixar lacunas culturais ou linguísticas, e principalmente, não incorrer no erro de fazer uma tradução ao pé da letra”, explica a tradutora Suzana Schindler.

Tradutora de livros e revistas de conhecimentos gerais, entre elas a publicação alemã GEO, Suzana utiliza bastante a Transcriação em seus trabalhos. “Ainda mais quando faço traduções do alemão, que é um idioma complexo por colocar o tempo do verbo no final da frase. Isso me obriga a readaptar e reorganizar praticamente todos os parágrafos de um texto”, diz. “Além disso, uma tradução automática sempre oferece riscos, porque tende a ser feita “ao pé da letra”,  envolvendo palavras que não exprimem exatamente o conteúdo / significado do original.  Já a “transcriação“, diferentemente, permite sentir o texto original estrangeiro e readaptá-lo à gramática e ao vocabulário do idioma-alvo, no caso, o português.”

E nas Universidades, o que se pensa a respeito?

De acordo com a professora do departamento de inglês da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, Glória Regina Loreto Sampaio, em particular na poesia, dada a íntima relação entre o sentido e a forma, a passagem para outro idioma representa uma quebra da unidade estética original. “Assim, uma tradução em moldes puramente referenciais mostrar-se-ia falha e insuficiente”, explica. A obtenção de um efeito estético equivalente, ou pelo menos semelhante, só pode ser realizada por intermédio da recriação/transcriação.

É por essa razão, segundo a professora, que a transcriação exige grande sensibilidade, conhecimento, repertório e capacidade técnica e artística do tradutor, que deve imprimir ao texto por ele recriado/ transcriado marcas qualitativas semelhantes àquelas do texto-fonte. Um tradutor devidamente capacitado para o exercício de sua profissão não é destituído de criatividade, sensibilidade e técnica. Porém, quando entramos no campo da tradução literária, essas qualidades serão exigidas de maneira mais premente e acirrada.

Os desafios da capacitação

Além de uma alta dose de sensibilidade e de conhecimento técnico, o processo de recriação/ transcriação requer um forte grau de “feeling”, maturidade, experimentação e tempo. “A transcriação, por seu caráter predominantemente individual, peculiar, não mecânico e não reprodutível, não pode ser definida como um ‘serviço’ no sentido comercial da palavra”. Trata-se de uma instância de engenho e arte, como dizia o bardo lusitano.

O desenvolvimento da capacidade de transcriação é fomentado ao longo dos cursos de formação de tradutores, por meio de estudos específicos que abrangem leitura, discussão crítica e reflexão sobre ensaios e escritos de grandes tradutores e poetas, assim como por intermédio de exercícios de tradução de textos de natureza fortemente estética. “Esses exercícios são seguidos de discussões e readaptações constantes, até a obtenção de resultados minimante desejáveis. Vale ressaltar, contudo, que nem todos conseguem recriar / transcriar com sucesso”, diz Glória Sampaio. “Por sua característica, a empresa que abarcar o ramo da transcriação deve constituir uma equipe de tradutores especializados, detentores dos conhecimentos, qualidades e competência específica para a tarefa.

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Transcriação não tem nada a ver com produção em série e com prazos pré-determinados”, assegura a professora. Em outras palavras, a transcriação exige uma profunda interação do tradutor com ambos os idiomas, uma criteriosa busca de palavras que expressem com a maior perfeição possível a ideia original ou, em alguns casos, como gírias e expressões idiomáticas, a busca de uma expressão equivalente.